A nossa estrutura física é composta de moléculas, elétrons, nêutrons e prótons - para citar apenas estes - vibrando numa frequência que nos permite tomar de emprestado o caminho da experiência (de vida na terra), da dualidade, o caminho da separação num corpo físico, e estamos estão dentro dele e cremos que mais nada existe. O sentimento original de separação permitiu-nos, no curso deste processo, no curso desta grande experiência - eu digo grande experiência, quando decidimos vir, de voltar a este plano nomeado Terra - verificar o nosso poder de cocriar, de se lembrar (quem verdadeiramente somos).
A Multidimensionalidade é uma coisa que perfaz no seu conjunto uma série de aptidões adquiridas em vida, é obra do próprio artista que vive a sua vida do modo que quiser, é em si também um conjugo de realidades psíquicas, somos seres multidimensionais. Muito mais do que anfíbios, conseguimos viver em várias dimensões, seja porque encaramos diferentes estados da alma, seja porque num átimo conseguimos projetar nossa consciência para o passado e para o futuro, vivendo no agora.
Nos relacionamos com nossos entes queridos, com amigos, conhecidos e desconhecidos, há momentos que experimentamos estar no paraíso, ou, ainda no inferno, ou, atravessando situações purgatórias. Adormecemos e nos transportamos para lugares desconhecidos e regiões remotas, nos deparando com pessoas estranhas ao nosso convívio, embora naquele estado as reconheçamos, o que não ocorre quando voltamos ao estado de vigília. Um só aroma que sintamos, ou uma situação que vivamos têm o poder de liberar a nossa mente e fazer com que experimentemos emoções, que podem variar ao infinito.
Nossa multidimensionalidade é explicada por nossa composição dual. Somos Espírito e matéria. Através de nossa natureza espiritual, mantemos contato com nosso eu mais profundo, podendo estabelecer sintonia com outras inteligências encarnadas ou desencarnadas, ou conosco mesmos, seja nossa atual personalidade ou algum ego adormecido de outra existência corpórea.
O mais importante é sabermos que não estamos circunscritos à ditadura dos nossos 05 sentidos. Eles nos servem de orientação, como pontos de referência para nos conduzirmos pelo mundo material. Todavia, nossa mente não é nossos 5 sentidos. Os 5 sentidos são apenas um meio de buscarmos informações do mundo material. Nossa mente se manifesta pelo uso que podemos fazer de nossa capacidade criativa, de podermos transformar as coisas ao nosso redor, através de nossa intuição, da nossa decisão em mudarmos as perspectivas de nossa existência. De não sermos coadjuvantes de nossa própria vida, mas de sermos os personagens principais, não para agradar a plateia, mas para sermos felizes e responsáveis pelas escolhas que fazemos e até para experimentarmos o fracasso e reunirmos as forças para recomeçar.
A Psicologia Transpessoal tem como objeto de estudo os estados de consciência que transcendem a pessoa além do conceito de Ego. É a escola que estuda a nível cientifico a espiritualidade, mas não como religião, mas como aspectos e contextos da experiência humana. Podemos conceituar a psicologia transpessoal como “o estudo e aplicação dos diferentes níveis de consciência à unidade fundamental do ser. A visão de mundo, na transpessoal, é a de um todo integrado, em harmonia, onde tudo é energia, formando uma rede de inter-relações de todos os sistemas existentes no universo”.
A Psicologia Transpessoal ou Integral reconhece o potencial da vivência de uma ampla gama de estados de consciência, em alguns dos quais a identidade pode estender-se para além dos limites usuais do ego e da personalidade. Essa experiência transpessoal pode definir-se como aquela em que o senso de identidade ou do eu ultrapassa (transpassar = ir além) o individual e o pessoal a fim de abarcar aspectos da humanidade, da vida, da psique e do cosmo. A espiritualidade é, então, incluída como característica inerente ao ser humano, ela é considerada a essência que nos faz buscar sentido para a vida, que nos faz almejar transcender, acreditar e buscar o que está além do que podemos perceber através dos cinco sentidos. Se olharmos para o ser e conseguirmos enxergá-lo em todas as suas instancias, biológicas, psíquicas, emocionais e espirituais podemos dizer que estamos cuidando-o em sua totalidade, e desta forma não excluímos nada, mas adotamos a inclusão nesse olhar. Temos que ter uma visão holística e integral do psiquismo humano, que revela a existência de um centro unificador da personalidade. A unidade é a propriedade do que não pode ser dividido, é o todo absoluto, a plena luz. Nesse nível inexistem o tempo e espaço, há um eterno agora, um ser indivisível, único. A vivência da unidade traz sentimentos de paz, de confiança e de entrega e resultam em desapego, serenidade e harmonia. Quanto mais o individuo estiver integrado, presente no aqui e agora, mais experienciará, por completo, a situação em que está e desfrutará de todas as possibilidades que ela lhe oferece. Ao se conhecer melhor, desenvolve o potencial que lhe é inerente e dá sentido a existência pessoal e cósmica. Resgata a sua unidade e integra-se na totalidade, porque se sente em profunda comunhão com o universo. Para atingir a plenitude, o ser humano tem que cuidar do SER, aprender a cultivar o que constitui o seu mais secreto núcleo e, integrar-se harmoniosamente.
Referência bibliográfica:
Curso Cura Multidimensional
Saldanha, Vera – Psicoterapia Transpessoal, SP, Ed. Rosa dos Tempos